Quando começou o uso da energia eólica no Brasil?

A energia eólica começou a ser produzida no Brasil em 1992, ano em que começou a operar o primeiro aerogerador no arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco.
Esse primeiro aerogerador tinha uma capacidade de 225 kW e resultou de uma parceria entre o Centro Brasileiro de Energia Eólica (CBEE) e a Companhia Energética de Pernambuco (CELPE).
Em 2001 foi criado o Programa Emergencial de Energia Eólica (PROEÓLICA), como resultado da crise energética enfrentada nesse ano, posteriormente sucedido pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Eólica (PROINFA), que viabilizou a indústria de turbinas eólicas e de componentes no país. E, nesse momento, começou a expansão da energia eólica no país.
Em março de 2015 já estavam implantadas no país 254 usinas eólicas, com uma capacidade instalada de 6,39 GW. Para 2017 projeta-se uma capacidade instalada de 8,7 GW, segundo informações da Associação Brasileira de Energia Eólica.
Ainda em março de 2015 a energia eólica tinha uma participação de 4,6% na matriz energética brasileira, enquanto a energia hidrelétrica representava 62,6% (capacidade instalada de 84,6 GW).
No final de 2013 a capacidade instalada de energia eólica em todo o mundo era de 318.105 MW. A China liderava essa capacidade, com 91.412 MW instalados, seguindo-se os Estados Unidos com 61.091 MW; a Alemanha, com 34.250 MW; a Espanha, com 22.959 MW e a Índia, com 20,150 MW.
O Brasil, nesse momento, representava 1,08% da capacidade instalada em todo o mundo. Cientistas estimam que os ventos permitem a geração eólica, em condições econômicas, de 80 TW em todo o mundo, muitas vezes a potência atualmente instalada e em produção no mundo.
De acordo com o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, do Centro de pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobras, o potencial brasileiro é de 300 gigawatts. E, neste momento, se usa pouco mais de 2% dessa capacidade.
Mais de 71 mil quilômetros quadrados do país, a maior parte na costa do Nordeste, têm velocidades de vento superiores a sete metros por segundo, a situação ideal para a geração de energia eólica. Isto permitiria a produção de 272 terawatts-hora por ano (TWh/ano) de energia elétrica, pouco mais de 64% do consumo nacional de energia elétrica, que é de 424 TWh/ano.
O parque eólico Alto Sertão I, na Bahia, é neste momento a maior área de geração de energia eólica no país, podendo gerar até 300 MW. Segue-se o Parque Eólico de Osório, no Rio Grande do Sul, com capacidade para gerar até 150 MW.
A energia eólica transforma o vento em energia através de aerogeradores gigantescos (foto), que vêm transformando a paisagem de muitos lugares do mundo, inclusive no Brasil.
Essa forma de energia é utilizada desde a antiguidade para mover barcos a vela. O grego Herão de Alexandria, no século I d.C., teria sido o primeiro a transformar uma roda de vento como fonte de energia para alimentar uma máquina. Os primeiros moinhos de vento teriam aparecido na Pérsia (atual Irã) a partir do século VII. Por volta do ano 1000, já eram usados para bombear água do mar até as salinas da China e Sicília. A partir do século XI foram usados na Europa para moer farinha.