Qual o maior rio com percurso exclusivamente no Brasil?

Ele percorre quase três mil quilômetros em cinco estados e já foi cantado em prosa e verso. Está fortemente ligado à história de uma vasta região do país.
O Rio São Francisco é o maior rio brasileiro, com percurso exclusivamente no Brasil. O Rio Amazonas, que é o maior, passa pelo Peru e Colômbia antes de chegar ao Brasil e, daqui, ao Atlântico.
A foz do São Francisco está localizada entre os municípios de Brejo Grande e Pacatuba, no Sergipe; e de Piaçabuçu, em Alagoas. Tem influência sobre uma área de aproximadamente 100 quilômetros quadrados, abrangendo um complexo de ambientes de planície costeira, com canais, lagunas e várzeas interligados entre sim.
O Rio São Francisco tem uma extensão de 2.814 quilômetros se for considerada a nascente histórica ou 2.863 quilômetros se for considerada sua nascente geográfica, que vem sendo a mais reconhecida.
A nascente histórica está localizada na Serra da Canastra, a 1.200 metros de altitude, no município mineiro de São Roque de Minas, a 320 quilômetros de Belo Horizonte.
E a chamada nascente real e geográfica está no município de Medeiros, no Planalto de Araxá, a 892 metros de altitude e a 286 quilômetros da Capital. Esta nova versão vem sendo a mais aceita, embora ainda não tenha o reconhecimento do IBGE e da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos da Presidência da República.
A briga toda está em esclarecer se o São Francisco é afluente ou não do Rio Samburá. Oficialmente o Samburá desagua no São Francisco.
Mas, nascer no Planalto de Araxá ou na Serra da Canastra, não altera a importância desse rio. Ele corta os estados Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, banhando áreas de mais de 500 municípios, onde vivem 14 milhões de habitantes. Ao longo de seu percurso existem também seis usinas hidrelétricas, que estão entre as mais importantes do Nordeste.
Conta com 90 afluentes na margem direita e mais 78 afluentes na margem esquerda. Mas, do total de 168 afluentes, apenas 99 são perenes.
Na região de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), o ponto mais nobre do Vale do São Francisco, o rio sustenta grandes projetos de agricultura irrigada. Graças a isso a região é, atualmente, a maior produtora de frutas tropicais no país e também vem avançando na produção de vinho. É uma das poucas regiões do mundo onde se conseguem duas safras anuais de uvas, que são transformadas em vinho na própria região.
Existem ao longo do rio duas grandes áreas navegáveis: de Pirapora (MG) a Juazeiro (BA) / Petrolina (PE), com um total de 1.371 quilômetros de extensão; e outros 208 quilômetros entre Piranhas (AL) e a foz, no Atlântico. As principais mercadorias transportadas são o cimento, sal, açúcar, arroz, soja, manufaturas, madeira e principalmente gipsita, um minério de cálcio também conhecido como pedra de gesso.
Neste momento continua em discussão o polêmico projeto da transposição do São Francisco que, com um orçamento de R$ 6,8 bilhões, prevê a construção de dois canais com 700 quilômetros de extensão com o objetivo de irrigar a região semiárida do Nordeste. Críticos do projeto alertam que, além de seu custo elevado, o projeto teria por objetivo beneficiar grandes latifundiários nordestinos e que não resolveria o problema do semiárido porque iria abranger apenas 5% do território e 0,3% da população.